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PESQUISA DE GERARDO MILLONE
GERARDO MILLONE
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Gerardo é o Guia Carioca-Argentino apaixonado por pesquisas
que possam enriquecer o conhecimento de seus colegas Guias e
de seus turistas que leva para conhecer as belezas naturais
do Rio de Janeiro.
Por isso idealizou e criou este Site e agora faz parte desta
trilogia de pesquisas.
INTRODUÇÃO
BRASIL DOS BRAGANÇAS corresponde aos períodos:
Maria I (1777-1816); João VI (1816-1826);
Pedro I (1822-1831); Pedro II (1840-1889)
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Tudo começou nas montanhas da Etiópia, antes do século 5o, d.C., onde os grãos de
café eram transformados em uma pasta misturada com uma espécie de manteiga.
Daí, foi para a Arábia onde os grãos eram torrados, reduzidos a pó num pilão e
este pó era misturado com água fervente, como o café turco que, ainda hoje,
é feito pelos descendentes de árabes no Brasil.
No final do século 15, em Meca, surgiram os primeiros locais públicos de venda de café.
Essas casas de café aparecem também em Constantinopla. Daí, o café chega a Veneza,
a bordo das naus dos comerciantes, onde é modificada a maneira de fazer o café pois,
aos venezianos, não agradava a maneira turca e eles alteram o preparo para
adaptá-lo ao seu gosto: os grãos torrados, e moídos, são colocados num filtro
aonde é derramada a água fervente sobre o pó.
Essa maneira de preparar o café cai no gosto geral e o café vira moda na
Itália e aparecem os salões de café, com instalações sofisticadas para
reuniões de amigos. O café vai para a França e criam-se os saraus literários
em torno do café. Até Luís XV era um apreciador e gostava de preparar
o seu próprio café.
Na Alemanha o sucesso é tão grande que Johann
Sebastian Bach compõe uma cantata em sua homenagem. Na Inglaterra as
coffe houses não se popularizam e se mantém a primazia inconteste do chá.
Os holandeses levam mudas de cafeeiros para o Sri Lanka e Java e, de lá, graças
ao comércio das companhias holandesas, o café chega às Guianas onde também
chega pelas mãos dos franceses que começam a plantá-lo na Guiana Francesa e,
para alguns, detém o mérito de tê-lo introduzido nas Américas raças ao comandante
Desclieux que vem da França com várias mudas, que não resistem à longa travessia
com exceção de uma única muda, que fora regada pelo comandante durante a viagem.
Está preparado o cenário para a chegada do café no Brasil, com um toque de
aventura galante pois diz-se que, em 1727, o sargento-mor português, Francisco de
Mello Palheta consegue as mudas proibidas, graças ao apoio romântico de
Madame d'Orvilliers que lhe dá sementes de cafeeiros escondida do marido,
o Governador da Guiana Francesa, e que o oficial faz plantar no Pará.
Algumas mudas são transportadas para o Maranhão onde se aclimatam esplêndidamente,
permitindo a exportação para Portugal onde é protegido por decreto de
João V que determina que no reino, só entra café do Maranhão.
É o incipiente início da formidável aventura econômica do ouro verde, do
século XIX, na província fluminense.
A Implantação do Café no Vale do Paraíba Fluminense entre 1760 e 1762 o café
foi trazido para o Rio de Janeiro pelo desembargador João Alberto de Castelo
Branco que ofereceu algumas mudas ao Governador Geral, Gomes Ribeiro de Andrade,
Conde de Bobadella.
Dessas mudas só 4 vingaram: uma na casa do Castelo Branco, outra no Convento
de Santa Teresa, a terceira nos frades Barbadinhos, italianos, à rua dos
Borbonos e a última, na propriedade do holandês João Hoppman.
Das mudas plantadas pelas freiras de Santa Teresa e pelos frades Barbadinhos,
saíram as sementes para as plantações na zona rural da Corte, em 1780,
nas fazendas do Capão do Bispo, da Mendanha e da Campo Grande.
O padre Antonio Lopes da Fonseca e D. Joaquim Justiniano, bispo do Rio de Janeiro,
foram grandes difusores da cultura cafeeira; o 1o com extensa plantação
em sua fazenda da Mendanha e o 2o distribuindo sementes para João Lopes,
de São Gonçalo, e para o padre Couto, da localidade de Monte Alegre que,
mais tarde, passa a chamar-se Rezende, onde o café foi largamente cultivado,
a partir de 1783, nas regiões de Morro Redondo, Ponte Alta, e Taquaral.
Em 1802, as escrituras já se referem à compra e venda de terras e cafezais
como aparece na venda da fazenda Ribeirão Raso, feita por João Leite da
Silva para Antonio Pereira Leite.
Da fazenda de Antonio Bernardes Bahia, em Rezende, saíram as primeiras
sementes para o início da cultura cafeeira em Bananal e Campinas, SP.
Saint Hilaire relata que, em Macaé, se cultiva o café por dar menos trabalho
que a cana de açúcar e exigir menos escravos.
Em 1810, ou 1812, D. João VI mandou vir d'África, sementes de cafeeiros e as
distribuía entre os fidalgos que tinham terras no vale do Paraíba e norte de São Paulo.
Ele mesmo dava, com as próprias mãos, os pequenos sacos com as sementes e
estimulava o plantio, num gesto precursor de uma futura era de extraordinária
riqueza para a província fluminense que esse monarca português, tão
injustiçado pela história oficial, aprendera a amar.
Do êxito das plantações de Rezende vai o café para as Zonas da Baixada,
Vale do Paraíba, e a zona montanhosa do centro da província fluminense e
começam a surgir os extensos campos verdejantes dos cafezais que, no apogeu,
chegaram a 500 milhões de pés de café.
O Embaixador Raul Fernandes, meu primo, 2 vezes Ministro da Relações Exteriores
(1946-51 e 1954-55), filho insígne de Vassouras, RJ, assim fala do café: "o café,
no Vale do Paraíba, era uma das colunas mestras da economia do Império;
as outras esteiavam-se nos canaviais de Campos da Bahia e de Pernambuco.
A riqueza das 3 províncias não era só o dinheiro com que elas abasteciam o
Tesouro Imperial mas, também, as elites formadas na sua opulência para as artes,
a ciência, a política e que deram, nas últimas décadas do Brasil monárquico,
o maior contingente para o verniz de civilização com que elas brilham na
história nacional".
A primeira referência sobre a entrada de café na cidade do Rio de Janeiro consta
de um almanaque manuscrito do acervo da Biblioteca Nacional que informa:
Em 1792 entraram na cidade, tanto de fora como do Recôncavo, 160 arrobas de café.
A primeira remessa para o exterior só acontece em 1800, com a saída de 13 sacas de café.
Em 1808, saem 8.000 sacas. Em 1810, exportam-se, 66.000 sacas. Em 1820, já são 97.000
sacas. Em 1830, são 484.000 sacas. Em 1840, são 3.463.000 sacas de café que dão
o impulso para Vassouras e Valença viverem o seu apogeu de quase ½ século de fausto,
luxo e requinte inigualáveis no Brasil.
Os presentes de sementes e mudas, eram entregues por D. João VI aos fidalgos
amigos; Bernardo Clemente Pinto, Conde de Nova Friburgo, com 2 mudas de café
Java, trazidas em 1820, ou 1824, por colonos suíços. Braz Carneiro Leão,
Marquês de Baependy, e seu irmão José Inácio Nogueira da Gama, foram os que
mais receberam as mudas entregues pelo Rei. José Inácio, 20 anos após,
colhia em suas terras 18.000 arrobas de café.
No 2o Reinado, foram plantadas novas espécies de cafeeiros: o bourbon, vindo da
ilha do mesmo nome; o botucatú; o café amarelo; o guatemala; o maragogipe (com as mais altas cotações da praça mas os pés tinham uma frutificação irregular e com carga menor) e o libéria (com rosetas muito espaçadas e poucos caroços em cada uma delas e com casca grossa e aquosa o que tornava a secagem do grão muito demorada) e, por último, o montanhas azuis.
De todas as espécies, a chamada crioulo, que viera da costa africana, foi sempre
a favorita por ser mais resistente, de maior duração, e com a produção mais
abundante e, junto com a espécie bourbon, se constituem em 90% das plantações
da região, no ocaso do Império. O Cafeeiro é uma planta perene, isto é,
uma vez bem tratada não precisa de plantio anual, produzindo continuamente por
muitos anos e germina em vários tipos de terra, quando se evita a erosão.
Em compensação, é frágil, sensível às geadas, aceita temperaturas limites de
5° a 33°, precisa de chuvas regulares, não produz imediatamente após o plantio,
demora de 4 a 5 anos, necessita de muito mais capital inicial que a cana de
açúcar e muita mão de obra para o seu trato.
Foi essa a rotina dos fazendeiros da região fluminense: primeiramente, pôr a mata
virgem abaixo, depois, plantar, colher, exportar.
Depois, produzir muito e despender pouco,consigo mesmo e com a família,
apenas o estritamente necessário, o imprescindível, e assim conseguia-se alcançar
a abastança.
E, então, vinha o palacete nos fundos de uma extensa fila de palmeiras imperiais,
cercado de jardins, com capelão e mordomo como os barões medievais porém, sem nunca
esquecer a vida dura do passado que era sempre recordada com emoção,
como nos relatos do 2o Barão do Rio das Flores, primo irmão de meu bisavô materno.
As fazendas tinham, em média, 120 alqueires, sendo o alqueire equivalente a
48.000 m2. Para os grandes proprietários as fazendas tinham, em média, de 250 a
600 alqueires, e, os latifundiários possuíam 2, ou mais, sesmarias, que tinham,
cada uma, a área em torno de 1 légua quadrada, que eqüivale a 4.356 hectares.
1727: chega o café no Brasil, pelas mãos do sargento Francisco de Mello Palheta, com plantações no Pará, daí para o Maranhão, donde é exportado para Portugal protegido por decreto de D. João V que apenas permite o café do Maranhão em Portugal.
1760/62: o café chega ao Rio de Janeiro pelas mãos de João Alberto de Castelo Branco que oferece algumas sementes ao Governador Geral, o Conde de Bobadella. Só 4 mudas florescem: na casa do Castelo Branco, na casa de João Hoppman, no Convento de Santa Teresa e nos Frades Barbadinhos.
1780: o café vai para a região rural, próxima à Corte, começando pelas
plantações de Rezende.
1792: é o 1o registro da chegada à cidade do Rio de Janeiro de café, são 160
arrobas.
1800: são exportadas para o exterior 13 sacas de café.
1808: são exportadas 8.000 sacas de café.
1810: são exportadas 66.000 sacas de café.
1810/12: D. João VI manda trazer sementes de cafeeiro d'África e as distribui
pelas próprias mãos aos fidalgos proprietários de terras, Conde de Nova
Friburgo, Marquês de Baependy, e outros.
1817: John Luccok registra sua visita às fazendas de café no interior
fluminense.
1822: é registrada a 1a geada na lavoura de café.
1825: o estado de São Paulo produz 250 contos de réis de café. Porém o grande
problema paulista é a distância dos portos e o altíssimo custo do transporte que
eqüivalia a quase 70% do valor de venda da arroba em 1830 o que quase
inviabiliza o retorno financeiro.
1828: é o primeiro ano que a província fluminense registra uma produção de café
maior que a de açúcar. São 5.122 contos de réis de café contra 3.466 contos de
açúcar.
1835/36: o estado de São Paulo registra uma produção de 1.000 contos de réis de
café.
1850: o Brasil já é o maior exportador mundial, são exportadas 213.000 toneladas
de café das quais 133.000 toneladas, ou seja, 62% eram fluminenses. Com destaque para Pati do Alferes, Paraíba do Sul, Barra Mansa, Rezende, Valença e Vassouras, esta, a verdadeira capital do café na era em que o Brasil era o Vale Fluminense.
1856/1859: a produção fluminense de café neste período foi de 63.804.764 arrobas de café, contra 9.904.705 arrobas de São Paulo e de 6.333.493 arrobas de Minas Gerais, ou seja, os fluminenses produziram, sózinhos, 4 vezes mais que São Paulo e Minas Gerais juntos !!!!!
O apogeu da produção cafeeira fluminense foi de 1825 a 1870 e, nesses 45 anos, equivaleu, em média, a 65% da produção brasileira. Essa produção gerou uma extraordinária riqueza para os fazendeiros fluminenses que souberam aproveitá-la muito bem, construindo suas casas, como palácios rurais, e mantendo um trem de
vida onde, o luxo, o requinte e o fausto eram os apanágios corriqueiros desses ricos fazendeiros que são a grande maioria dos Barões do Café, agraciados por D. Pedro II no 2o Reinado, (1840-1889). São eles que financiam a guerra contra o Paraguai e são o esteio do Império se constituindo numa aristocracia genuinamente rural, de caráter imperial. Eles são conseqüência direta do estímulo premonitório de D. João VI, distribuindo as sementes que mandara vir de África e da facilidade com que a planta se desenvolve, inicialmente, nas terras de Rezende e daí, para o Vale Fluminense. Oliveira Viana assim descreve o patriciado fluminense:
Não tinha esse, o fluminense, nem o orgulho do paulista, nem o democratismo do mineiro. Era mais fino, mais polido, mais socialmente culto pela proximidade, convívio e hegemonia da Corte, cuja ação o absorve. O polimento urbano lhe corrigiu a rusticidade e pela finura, pelo senso do meio-termo, acabou por desempenhar, no Sul, o papel dos atenienses da política e das letras.
A fazenda de café fora indispensável àquele resultado de elegância espiritual
e polimento urbano. Dos meados dos oitocentos, sobressaem já os proprietários enriquecidos pela lavoura cafeeira. Eram palacetes cercados por jardins, prados à entrada, com pequenos lagos com renques de palmeiras imperiais soberbas que conduziam os visitantes à porta do solar.
A rotina da vida numa fazenda começava cedo, antes das 5 horas acordando as pessoas e predispondo-as para a jornada. As festas são memoráveis. Delas participam convidados da corte e vizinhos, também proprietários. Os banquetes tinham uma vintena de pratos diferentes, com vinhos raros, importados da França, que eram guardados nas adegas das casas, algumas famosas como a do Visconde do Rio Preto, em sua fazenda Paraíso, a jóia de Valença que é emblemática como referência para o período do fausto cafeeiro fluminense:
Em uma rua de 400 metros, ladeadas por palmeiras imperiais, que se abrem no final, em gracioso semicírculo, encontra-se o palacete com a placidez de um solar. Dentro resplandece o luxo no estilo dos mobiliários, na pureza dos cristais e dos espelhos, nas finas tapeçarias, na sobriedade dos damascos, nas pratarias lavradas. Galerias de quadros de valor, museu de raridades, tudo continha a Paraíso do Visconde. Tem no térreo, 2 salões, de bilhar e de visitas, 4 quartos, escritório, biblioteca, sala de almoço, copa, salão de costura, capela e várias dependências: banheiros, dispensa e cozinha. No sobrado, salão de recepções, alcançado por majestosa escada (cujos lados tem dois negros de bronze, de tamanho natural, sustentando nas mãos ricos candelabros) e que bifurca para a esquerda e direita, há ainda, sala de armas, sala de jantar, vasto dormitório, alcova, 20 quartos para hóspedes e vários banheiros. Na fazenda trabalhavam 500 escravos e havia uma banda de música com 50 figuras. A casa começou a ser construída em 1845 e tinha iluminação a gás. Domingos Custódio Guimarães, nascido em 1800, 1o Barão de Rio Preto a 6/12/1854 e Visconde do Rio Preto a 14/3/1867, é um perfeito exemplo do grand seigneur do patriciado fluminense. Ele fora sócio de João Francisco de Mesquita, Marquês de Bonfim em 1872, no comércio da carne mineira para a cidade do Rio de Janeiro, serviço que deixou a ambos, riquíssimos.
Desfeita a sociedade, resolveu investir em terras para o plantio de café. Para tal, mandou o seu sobrinho, Joaquim Custodio Guimarães, procurar fazendas e foram compradas 13 fazendas: Sta. Quitéria, Montacavalo, Mirante, São Bento, Sta. Genoveva, Jequitibá, Criméia, São Leandro, São Policarpo, União, São José, e 2 mais, compradas de João Pedro Maynard (que fora companheiro de Dom Pedro e Dom Miguel, nas farras da juventude), a Loanda e a Paraiso, por indicação de Domingos Antonio, (seu futuro sogro) que é filho de João Ribeiro do Valle. As fazendas do Visconde produziam 60.000 arrobas de café.
Com a morte do Visconde em 1867, as fazendas vão para seu filho, o 2o Barão de Rio Preto a 23/09/1874, que mantém a Paraíso até sua morte em 1876. Seu filho, Domingos, a mantém até 1895, quando a vende para o sogro, o Barão d'Aliança, (irmão do 1o Barão do Rio das Flores que é cunhado de João Antonio de Avellar e Almeida e Silva, meu bisavô), que a mantém até 1912, vendendo-a para o Major Galileu Belfort de Arantes, sobrinho do Visconde de Arantes e neto dos 1os Barões de Cabo Verde, Antonio Belfort de Arantes e sua mulher, Maria Custódia Ribeiro do Valle que é irmã de Ana Inácia Ribeiro do Valle, mulher de João Gualberto de Carvalho, 1os Barões de Cajurú a 30/06/1860, meus tetravós. Hoje a Paraíso não é mais de café, mas de gado leiteiro, e ainda mantém muito do seu esplendor inicial, que tanta admiração causou em Taunay e no Conde d'Eu, e se mantém nas mãos de um Arantes, trineto do 1o Barão de Cabo Verde.
A partir de 1870 as coisas começam, lentamente, a mudar na província fluminense.
As lavouras ainda tem produção expressiva tanto é que, de 1870 a 1881, os fluminenses
produzem 1.398.990.752 de quilos de café o que é 1,7 vezes mais que os 840.115.553
quilos produzidos por São Paulo, Minas, Espirito Santo e Bahia juntos, no mesmo
período !. Em 1872, Rezende produziu 500.000 arrobas de café.
1879-1884: a província fluminense exporta neste período o equivalente a 55,91%
do volume de café brasileiro.
1880: São Paulo tem a produção de café consolidada e dando lucro. O trabalho é
apoiado no braço do imigrante que, entre 1822 a 1887, veio num total de 33.310
pessoas das quais, 28.840 italianos.
1886: é o 1o ano que a produção de café em São Paulo supera a produção de
açúcar; o que acontecera no Rio em 1828, ou seja, 58 anos antes.
1894: a produção fluminense cai para 20% do volume do café exportado pelo
Brasil.
A situação Fluminense teve a alimentar-lhe o berço, o café; cresceu com ele e é
ainda no café que se nutre o seu progresso.
O desgosto dos proprietários, novos e antigos, diante dessa decadência teve outra conseqüência, mais fundamente prejudicial à lavoura: os fazendeiros do Império moravam em suas fazendas, nelas procuravam ter todo conforto e vangloriavam-se da sua profissão; posteriormente não. Os que podiam iam morar nas cidades, colocando administradores em seu lugar, um filho, um genro, um estranho, freqüentemente incompetente e indiferente. Desapareceram os antigos predicados que caracterizavam os velhos fazendeiros: a rija resistência, a tenacidade, as ambições de um título nobiliárquico; o amor àquele pedaço de terra. Tinham orgulho de sua profissão, recebida como um legado que deviam honrar, como seus pais e seus avós fizeram, percorrendo com prazer e alegria as suas terras. A decadência expulsa do lugar os proprietários, eles "queimam" suas fazendas por qualquer preço e dispersam-se as famílias e, com o passar do tempo, esmaece a memória do passado, da época de fausto e requinte, que teve uma qualidade inigualada em qualquer outra província do Império.
Martinho Prado, SP, expressa muito bem o risco da lavoura do café ao dizer:
Lavoura essa que, se dava a casaca, tirava, também, a camisa.
E o dito popular:
"Si estiveres morto, pega o teu porco. Si estiveres quebrado, pega o teu gado.
Mas com o café, não tenho fé".
Há uma correspondência, inequívoca, entre a força da província fluminense com o seu poderio econômico, alicerçado no café, e a força do Império dos Braganças pois, enquanto a província foi poderosa o Império brilhou e quando a província enfraquece o Império acaba.
Hoje a região fluminense de Vassouras e Valença é uma sombra do que foi, não mais
se avistam os extensos cafezais, os palacetes das cidades estão em ruínas e as
soberbas sedes de fazenda estão, todas, nas mãos de novos proprietários que,
em alguns casos, fizeram intervenções, restaurando parte do esplendor do passado,
porém em outros casos, nada foi feito e as sedes estão em plena decadência,
arfando nos estertores finais de uma centenária trajetória que conheceu um tempo
de prestígio e glória para a cultura brasileira que hoje, através do governo estadual,
deveria valorizar essa região cujo potencial de atração é imenso e transformá-la
em uma área de preservação histórica, e vigoroso polo turístico, para o turista
estrangeiro, principalmente o europeu, que já admira essas casas solarengas desde
o século XIX, nesta região que pode ser chamada, sem exagero, de Vale do Loire
Brasileiro.
CAFFEINE
Stimulates action on the cardiovascular system
Acts on the central nervous system, it increases awareness, improves concentration and memory, speeds up response to external stimuli (reflexes) and according to the most recent researches, it appears to have a significant positive influence in mood.
Quimichals = Alkaloids / Trimethylxanthine.
The caffeine is an odorless bitter white powder soluble in water.
In the "expresso" not all the caffeine is dissolved.
10 grams i s 100 cups of expresso
Adult = can have 300 - 400 milligrams a day (4 small cups of arabic species)
Not all the individuals metabolize caffeine at the same rate
Women are faster than men, except during pregnancy.
Be careful if you have Gastritis - Gastroduodenal ulceres or cardiovascular disorders.
O Vale do Paraíba, Eloy de Andrade, Real Gráfica, Rio de Janeiro, 1989.
Essa fonte foi a coluna mestra desse trabalho, tanto pelas suas informações técnicas,
quanto pela sensibilidade com que retrata o passar do tempo na província
fluminense.
- A Cidade e o Planalto, Gilberto Leite de Barros, São Paulo,1967.
- História de Valença, 1803-1924, Luís Damasceno Ferreira, 1925.
- As Barbas do Imperador, Lillian Schwarcz, São Paulo, 1996.
- Ensaio Geral, 500 Anos de Brasil, Heródoto Barbeiro, Bruna Cantele, São Paulo,
1999.
- Titulares do Império, Carlos Rheingantz, Rio de Janeiro, 1960.
- Anuário Genealógico Brasileiro, Vol. IX, (Penúltimo), 1947.
- 500 Anos de Sabor, Eda Romio, São Paulo, 2000.
- Anibal de Almeida Fernandes, Março, 2003.
- http://www.jbcultura.com.br/Anibal/ocafe.htm
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