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JARDIM BOTANICO
DO RIO DE JANEIRO |
História do Jardim Botânico |
Material Original da Guia Michelin (1990), corrigido, estendido e
atualizado por Gerardo Millone em Abril de 2008
UM POUCO DE HISTÓRIA
Nos primórdios do século XVI, quando a cidade do Rio de Janeiro mal começava a dar os primeiros passos, o local que hoje acolhe o Jardim Botânico abrigava um engenho de cana de açúcar.
Era o Engenho D'el Rei, propriedade da Coroa portuguesa, erguido por volta de 1575 e vendido ainda no século XVI a particulares.
Após a venda, o engenho pertenceu inicialmente a Diogo Amorim Soares e em seguida a seu genro Sebastião Fagundes Varela. Finalmente, a partir de 1702, passou à propriedade da família Rodrigo de Freitas, que era aparentada dos Fagundes.
Em 1808, logo após a chegada da família Real Portuguesa ao Brasil, em virtude do Bloqueio Continental decretado em 1806 por Napoleão Bonaparte, que ameaçava invadir os países que mantivessem comércio com a Inglaterra, o Engenho foi desapropriado pela Fazenda Nacional, ordenando-se um levantamento cartográfico da área, com o objetivo de se escolher o melhor sítio para abrigar uma fábrica de pólvora e um Horto Real.
A fábrica de pólvora deveria ser capaz de produzir o suficiente para a defesa da nova capital portuguesa e o Horto Real tinha o objetivo de aclimatar plantas exóticas que poderiam vir a ser úteis para o desenvolvimento agrícola e industrial da metrópole portuguesa.
O mundo vivia a passagem do capital comercial para o capital industrial, o que acelerava a busca européia por mercados potencialmente ricos em matérias primas capazes de suprir uma indústria nascente.
Muito mais do que apenas descrever e classificar as espécies botânicas existentes no Brasil buscava-se a sua aplicação econômica na medicina, na alimentação e na tecnologia.
Paralelamente, notava-se também no governo português o desejo de introduzir no Brasil espécies exóticas, capazes de aqui se aclimatarem e desenvolverem. Daí o grande incentivo à criação dos Hortos Botânicos.
Deste modo, em 1808 estabelece-se o Real Horto, no Rio de Janeiro, transformado em 1811 em Real Jardim Botânico e franqueado ao público a partir de 1819, quando foi dado o primeiro passo efetivo para a criação de outros jardins, em outras localidades do país, fato este que ocorrerá somente após a Independência, mais precisamente em 1825, quando são inaugurados os jardins de Aclimação em algumas províncias brasileiras, com destaque para os da Bahia, Minas Gerais, Pernambuco e Maranhão.
O Jardim Botânico permaneceu em área contígua à fábrica de pólvora até 1832, quando a mesma foi transferida para a nova fábrica da Estrela ou Cordoaria, na Raiz da Serra de Petrópolis.
Seus terrenos foram então anexados ao Jardim, que teve a sua área bastante ampliada. Assim, ainda em pleno regime monárquico, o Jardim Botânico do Rio de Janeiro assume a posição de principal área de aclimação de plantas nativas ou exóticas, até então distribuídas por todo o território brasileiro. Além disso, de local de aclimação, nosso Jardim Botânico passou a ser um laboratório vivo, evocando a necessidade do espírito científico das ciências naturais.
Torna-se também local de passeio, caráter este que ganha proporção ao longo da segunda metade do século XIX, quando era constantemente evocado por estrangeiros, que de passagem pelas terras cariocas, se extasiavam diante das aléias de palmeiras imperiais que, em colunatas, são como que guardiãs de um templo precioso, o dos vegetais, abrigando em plena zona urbana de nossa cidade uma beleza ímpar.
Localizado junto a uma das vias de maior movimento da Zona Sul da cidade, no bairro ao qual empresta seu nome, o Jardim Botânico é um oásis de paz em meio à agitação da cidade grande.
Este é o único lugar no Rio onde é possível encontrar cerca de 6.200 espécies vegetais - algumas até em extinção - provenientes de todas as partes do planeta.
Possui uma área total de 1 370 000 m2 (137 ha), dividida em dois setores: o do Jardim, propriamente dito com 54 000 m2 (54 há), cujo nível do terreno, plano, situa-se em torno de 2 metros acima do nível do mar, e o do Horto Florestal, ao norte do Jardim, que se estende pelas encostas da montanha, até os limites do Parque Nacional da Tijuca, atingindo a cota dos 400 metros.
A área é cortada por dois cursos d'água principais: o Riacho Iglesias e o Rio dos Macacos, vindos do Maciço Tijuca-Carioca e que deságuam na Lagoa Rodrigo de Freitas. Os elementos físicos que atuam na composição do clima: relevo de contrastes, vegetação densa de mata tropical, ventos marítimos úmidos e latitude média - 22 graus 57' a 22 graus 59' sul - acentuam a precipitação de chuvas, com índices superiores a 2 000 mm anuais, um dos mais altos da cidade.
MAIS UM POUCO DE HISTÓRIA
Sua origem remonta ao século XIX, à época da chegada da Família Real ao Rio de janeiro, ocorrida a 7 de março de 1808. Uma das primeiras providências do então Príncipe Regente D. João foi mandar construir uma Fábrica de Pólvora e uma fundição e torneamento de peças de artilharia, escolhendo, como local para sua instalação, as terras do Engenho da Lagoa Rodrigo de Freitas, que foram desapropriadas, passando a se chamar Real Fazenda da Lagoa Rodrigo de Freitas. Seu primeiro diretor foi o general de origem italiana, Carlos Antonio Napion, que permaneceu poucos meses no cargo.
Preocupado com o problema acarretado pelas longas viagens e pelos perigos enfrentados durante o trajeto pelos navios que transportavam especiarias das Índias Orientais e de outras partes da Ásia para Portugal, grande mercado consumidor, D. João resolveu iniciar a construção, no Rio de Janeiro, de um parque onde essas espécies pudessem ser aclimatadas. Com esse objetivo, em 13 de junho de 1808, foi criado o Jardim de Aclimatação, em área próxima à Fábrica de Pólvora. Alguns meses depois, a 11 de outubro, o jardim recebia o nome de Horto Real, assumindo as funções de intendente o Brigadeiro João Gomes Silveira Mendonça, barão de Sabará. A partir daí, o local começou a receber grande quantidade de sementes e mudas.
As primeiras espécies, vindas do estrangeiro, foram trazidas por Luiz de Abreu Vieira e Silva, tripulante de uma fragata que naufragara nas costas de Goa. Ao tentar embarcar novamente, com destino ao Brasil, foi feito prisioneiro com seus companheiros pelos franceses e mandado para a Ilha de França, que fazia parte das Ilhas Maurício, onde existia o "Jardin Gabrielle", famoso por suas plantas de extraordinário valor. Ao fugir da ilha, Luiz de Abreu trouxe consigo algumas plantas desse jardim, presenteando-as a D. João, que mandou plantá-las no Horto Real. Graças a ele, foram introduzidas mudas de moscadeiras, abacateiros, canelas, além de sementes de sagu, coração-de-negro, fruta-pão e cajá.
Em 1810, o marechal Manoel Marques, que conquistara a Guiana Francesa, em represália à invasão de Portugal por Napoleão Bonaparte, enviou ao Horto grande coleção de plantas exóticas e, dois anos depois (1812), Raphael Bottado de Almeida, companheiro de fuga de Luiz de Abreu, enviou as primeiras sementes de chá.
Tão logo D. João foi coroado monarca do reino Unido de Portugal e Brasil, mandou aumentar a área do Horto Real jardim Botânico, anexando-o ao Museu Real. Nessa época foram introduzidos o cravo-da-índia, trazido pelos jesuítas, e uma nova espécie de cana-de-açúcar, a caiena, trazida pelo Governador de Caiena, em 1817.
Com o retorno de D. João VI a Portugal, em 21 de abril de 1821, D. Pedro I, ao assumir o trono, deu prosseguimento às obras iniciadas por seu pai; sua primeira providência foi franquear ao público o real jardim Botânico que, até então, era inteiramente privado. Em 1824, nomeou seu primeiro diretor botânico, Frei Leandro do Sacramento, carmelita e professor de botânica na Academia de Medicina e Cirurgia, que deu um grande impulso ao jardim: a plantação de chá, que se encontrava abandonada, mereceu atenção especial e, em pouco tempo, no Rio de Janeiro só se bebia chá do jardim Botânico. O aspecto paisagístico também mereceu seus cuidados com o aterro de certos locais, a construção de lagos e cascatas, a abertura de novas aléias, a plantação de mangueiras, nogueiras, pitombeiras. Ao falecer, em 1829, deixava o local com um novo aspecto, mais agradável e acolhedor, e com espécies botânicas que lhe conferiam maior riqueza científica.
A partir de então, até o final do Império, e, depois, com a República, quando passou a ter a denominação atual, ao longo de sucessivas administrações, o local foi objeto de melhorias e expansão, tanto no tocante ao estudo sistemático de botânica, quanto ao cuidado paisagístico de suas instalações. Vários foram os administradores que se preocuparam em valorizá-lo com o aumento das coleções de plantas vivas, a criação de um herbário com cerca de 260 000 plantas, uma carpoteca com 6 100 frutos, uma xiloteca com 6 422 exemplares de madeira, e com 504 exemplares de frutos secos e 106 de frutos carnosos, uma biblioteca com mais de 32 000 volumes, inclusive parte da coleção de botânica de D. Pedro II, além da introdução de novas obras de arte e a preservação das já existentes, da conservação dos antigos prédios históricos, como a sede do Engenho de Nossa Senhora da Conceição da Lagoa, o Portal da Antiga Fábrica de Pólvora, a Casa dos Pilões, o Pórtico da antiga Escola de Belas Artes.
Durante todos esses anos, o Jardim Botânico recebeu a visita de reis, presidentes deste e de outros países, cientistas, pesquisadores. A visita mais marcante talvez, tenha sido a de Albert Einstein, o descobridor da teoria da relatividade, ocorrida em 21 de março de 1925, que abraçou e beijou um jequitibá, ao ser informado do valor econômico dessa imensa árvore de lei, cuja madeira é empregada na construção naval e civil, além de ser muito utilizada em marcenaria, servir na fabricação de papel e de sua casca se extrair o tanino, usado no curtimento do couro.
FAUNA E FLORA
Dois tipos de vegetação estão presentes: a floresta tropical pluvial da Mata Atlântica, na área do Horto Florestal, e a vegetação das coleções do jardim. A floresta é secundária e faz parte do trabalho executado para recuperar o solo, devastado desde o século XVI por plantações, atividades pastoris e abate indiscriminado de madeira; constitui-se de árvores como canelas, ipês, cedros, angicos, além de espécies típicas da Mata Atlântica como quaresmeiras, cogumelos, orquídeas e fungos. A área do jardim apresenta elementos da flora brasileira e de espécies exóticas aclimatadas. Há exemplos notáveis como as plantas sensitivas, que fecham as folhas quando tocadas; as insetívoras, que devoram insetos; a trepadeira "camoensia máxima" que, com suas longas pétalas brancas de bordos marrons, chama atenção por sua beleza e pelo forte perfume de suas flores; a ventosa, que exibe frutos em forma de pequenas vesículas e tem a capacidade de flutuar sobre as águas. Há, ainda, exemplares de babaçu, pau-brasil, buriti, coca, guaraná, café, chá, mate, carnaúba, seringueira, cravo, canela, cânfora, jacarandá, entre muitos outros.
Com relação à fauna, não há estudos precisos, exceto no tocante às aves: são 138 espécies, divididas em 34 famílias. O Jardim Botânico é, talvez, na área urbana, o mais rico em espécies da avifauna; há os pássaros que preferem as altas copas das árvores, como os periquitos, os tucanos, as caturritas, as saíras, os sanhaços, os tiés; há os que buscam o abrigo de sótãos e telhados, como as corujas e andorinhas, ou procuram os galhos das árvores para construírem seus ninhos; há os que permanecem ali o ano todo, como as rolinhas, os tico-ticos, os tangarás, as cambaxirras, os bem-te-vis, os sebinhos; e há os que emigram no inverno, ou os que por ali aparecem,
justamente nesta época, como certos beija-flores: os balança-rabo-rajados, as estrelas-vermelhas-da-mata, os beija-flores-verdes-do-peito-azul, os beija-flores-verde-e-branco-bico-de-sabre, todos identificados pelo professor Alberto Ruschi. A ave de maior porte encontrada na área é o urubu-preto-comum, pousado nas árvores mais altas; e o menor é o beija-flor topetinho vermelho, que busca alimento nas flores.
Entre as várias espécies de insetos, que voam aos milhares, sobressaem, majestosas, as borboletas. Calcula-se que existam no mundo cerca de 150 000 espécies, 3 500 delas no Brasil, e, aproximadamente, 1 000 habitando a região do Rio de Janeiro. O Jardim Botânico abriga, certamente, uma grande quantidade dessas espécies, entre as quais se destacam as do gênero "morpho", comumente chamadas de azuis. Há a conhecida como azul-seda, grande, de vôo lento, que costuma pousar no topo das árvores; há a chamada praia-grande, de tonalidade azul mais forte, que voa junto ao solo; ou, ainda, a capitão-do-mato, com as bordas das asas num azul escuro, quase negro.
Entre os animais de pequeno porte, são facilmente encontrados esquilos, micos, sagüis, gambás e caxinguelês, símbolos do Jardim Botânico.
O local é hoje um formidável parque, além de importante centro de pesquisa botânica, constituindo-se num recanto de atração turística dos mais bonitos e interessantes do país, recebendo, anualmente, milhares de visitantes que se deslumbram diante de suas espécies vegetais, seus recantos, seus pássaros e vestígios bem conservados de um passado rico em história.
ROTEIRO: O QUE PODEMOS VER E MOSTRAR.
# PAU-BRASIL
É a árvore-símbolo e que deu origem ao nome do país. Por seu grande valor comercial, essa espécie leguminosa foi objeto de exploração sistemática, nos tempos coloniais, em função do corante vermelho que era extraído de seu lenho e que era empregado para tingir tecidos e como tinta de escrever. Antes, encontrado desde o Amazonas até São Paulo, principalmente no litoral de Pernambuco ao Rio de janeiro, hoje é uma espécie rara e praticamente extinta. Sua madeira tem a coloração vermelho-alaranjada, tornando-se com o tempo, vermelho-violácea; é dura e pesada e, por isso mesmo, foi muito utilizada na construção naval, civil e na fabricação de instrumentos musicais. Seu lenho era útil nas indústrias farmacêuticas, em tônicos e adstringentes, e odontológicas. Sua qualidade fundamental, no entanto, foi descoberta pelos portugueses na produção de tintas, pois ela possui uma substância incolor chamada brasilina, que, em contato com o ar, se torna carmesim, utilizada como corante para tintas e na maquiagem feminina.
No final da Aléia Pedro Gordilho, encontra-se a AléIa João Gomes. Segui-la à esquerda até um prédio antigo, à direita.
Esse é o prédio da antiga fazenda de cana-de-açúcar de Nossa Senhora da Conceição, que foi adquirida por D. João VI para a instalação da Fábrica de Pólvora. A casa serviu de residência ao primeiro diretor da fábrica, General Antonio Napion e também passou a hospedar os membros da Família Real.
Logo adiante, também à direita, encontra-se o portão de acesso ao Jardim, correspondente à área de estacionamento.
Ao cruzar o portão, deparamo-nos com vários imóveis, entre os quais vale destacar, em frente à esquerda, uma construção que data dos fins do século XIX, e que foi residência de Pacheco Leão, diretor do jardim Botânico entre 1915 e 1931, e que hoje abriga parte da área de pesquisa botânica.
Próximo ao prédio à sua esquerda, no jardim da área administrativa, há uma fonte, com a estátua em bronze de um anjo segurando um peixe, que verte água pela boca. Essa obra colocada sobre um belíssimo pedestal, semelhante a uma taça, é cópia da fonte existente no Palácio Vecchio, em Florença, na Itália.
Retornando ao portão do estacionamento, tomar novamente a Aléa João Gomes, seguindo-a até o final, onde à esquerda há um curioso arbusto.
PLANTAS EM DESTAQUE: Cuité, Mogno, Sapucaia, Pau Ferro, Sagu (Cycas).
# CASCATA ARTIFICIAL
Esta região marca o limite do Arboreto com uma região de Floresta Pluvial Atlântica Secundária que recobre a encosta circundante, em continuidade ao Parque Nacional da Tijuca.
A cascata foi construída na gestão de Frei Leandro do Sacramento bem como alguns lagos artificiais, com os objetivos de criar ambientes para representação da flora aquática, propiciar recantos agradáveis e permitir a distribuição de água pelo Jardim. Foram feitas também diversas pontes, valetas e canais para o escoamento das águas da chuva.
PLANTAS EM DESTAQUE: Novo Cactário.
# PALMA FILHA
Para homenagear o jardim, que visitava seguidamente com grande satisfação, D. João VI plantou com suas próprias mãos, em 1809, uma palmeira, cuja semente fora trazida por Luiz de Abreu Vieira e Silva do Jardin Gabrielle, na Ilha da França, arquipélago das Ilhas Maurício. Essa palmeira foi, portanto a mãe de todas as que hoje vicejam por todo o país e por isso chamada "Palma Mater", ou, como a denominou o botânico Von Martius, "Glória da Montanha", "oreodoxa oleracea", em latim. Em 1972, durante um forte temporal, essa palmeira que possuía 35 metros de altura, foi atingida por um raio, causando sua morte..
Atualmente, protegida pela grade de ferro com os dizeres "Plantada por D. João VI em 1809", há uma "Palma Filia", que ocupa o lugar da original; a seu lado, existem duas outras palmeiras, também protegidas por grades de ferro. Ao fundo, compondo o recanto, acha-se o busto de D. João VI, belo trabalho em bronze, colocado sobre um pedestal de pedra (feito pelo escultor Bernardelli baseando-se nos quadros de Debret).
# RECANTO DAS MANGUEIRAS
Uma das mais procuradas pela beleza de suas árvores e pela sombra que proporcionam, pois é totalmente margeada, de ambos os lados, por mangueiras centenárias, cujos frutos doces atraem muitos pássaros que retribuem com seu canto, a comida que lhes é oferecida. Originária da Malásia, nas Índias Orientais, a primeira muda de mangueira trazida para o Brasil foi plantada pelos portugueses em 1700, na Ilha de Itamaracá na Bahia, de onde veio para o Jardim Botânico. Seu caule produz uma resina utilizada medicinalmente e seu fruto saboroso é consumido de várias formas, como sucos, doces, ao natural, ou em conservas com vinagre.
# ALÉIA CUSTÓDIO SERRÃO – Abricó-de macaco.
É plantada de ambos os lados por altas árvores chamadas abricós-de-macaco (Coroupita Guianensis), que despertam atenção, pois seus frutos redondos, semelhante a bolas (chamados de bala de canhão), cobrem os troncos; suas flores, com perfume adocicado e de uma beleza sem par, caem somente à tarde, formando um tapete colorido pelo caminho.
Ao final dessa aléia, chega-se a Aléia Cândido Batista de Oliveira, onde logo à esquerda inicia-se a Aléia Barbosa Rodrigues, ambas totalmente ornamentadas por altíssimas palmeiras imperiais.
PLANTAS EM DESTAQUE: Areca bambu, Sumaúma, Fícus Religiosa, Café, Ixora.
# ÁRVORE DO CHÁ
As primeiras sementes de chá, "Thea viridis L." foram enviadas por Raphael Bottado de Almeida, em 1812, do Jardin Gabrielle, na Ilha da França. Como esse arbusto da família das teáceas não conseguisse se adaptar bem ao país, D. João VI providenciou a vinda de colonos chineses para cuidar de seu plantio e preparo, pensando, dessa maneira, em suprir, em curto espaço de tempo, as necessidades de consumo do mercado europeu. . O objetivo, no entanto, não foi alcançado; seu custo se tornou demasiadamente alto, devido aos salários pagos, além do grande tempo gasto pelos colonos chineses, meticulosos e lentos no preparo da terra para o plantio, o que inviabilizou o projeto. O produto resultante desse plantio tinha uma excelente qualidade e rapidamente passou a ser consumido por toda a cidade.
Os frutos do chá são verdes e carnosos e suas flores brancas; de suas folhas secas se faz uma infusão, bebida em todo o mundo, conhecida como chá-preto.
# RECANTO JAPONÊS
A idéia surgiu em 1935 quando a partir da visita da Missão Econômica Japonesa ao Jardim Botânico, foram doadas cerca de 65 mudas de espécies típicas do Japão.
Destaca-se uma espécie de bambu de grande beleza, chamada "areca-bambú", originário de Madagascar; ali se encontra, também, um bebedouro em ferro fundido. Compondo ainda esse recanto, logo à esquerda, há o Lago Lótus, de onde emerge uma vegetação peculiar, formada por longas hastes, encimadas por uma única folha, larga e de bordas arredondadas; às margens do lago há uma lanterna em estilo japonês, de cerca de um metro de altura, em cimento e pedra.
Em 1991, o então superintendente do Jardim Botânico propôs ao Cônsul Gral do Japão no Brasil uma reorganização e recuperação deste espaço florístico.
Em novembro de 1995, como parte das comemorações do centenário do Tratado de Amizade, Comércio e Navegação entre Brasil e Japão, foi reinaugurado o Jardim Japonês pela Princesa Sayako, filha do Imperador Akihito, com bonzaís, bambuzais, dois lagos artificiais com plantas importadas daquele pais tais como a cerejeira (árvore nacional), azaléias, buquês de noiva e salgueiros chorões.
PLANTAS EM DESTAQUE: Lótus, Camélias, Molungu (eritrina), Salgueiro chorão.
# ALÉIAS CÂNDIDO BATISTA DE OLIVEIRA E BARBOSA RODRIGUES – Palmeira Imperial.
Na primeira aléia, fronteira à rua, foram plantadas 142 palmeiras imperiais; na segunda, fronteira ao portão principal, 128, todas da mesma família, originadas da "Palma Mater", plantada por D. João VI em 1809.
Conta-se que um dos diretores do Jardim, Bernardo José da Serpa Brandão, querendo guardar para o Jardim Botânico a exclusividade desse espécime, fazia recolher e queimar todos os frutos e sementes. No entanto, os escravos que ali trabalhavam subiam à noite pelos estipes das palmeiras para colher suas sementes maduras e vendê-las a cem réis cada, o que acabou por difundir a palmeira imperial não só pelo Rio de Janeiro, como por todo o Brasil.
No centro da Aléia Barbosa Rodrigues há um belo chafariz, trabalhado em ferro, de origem inglesa, outrora instalado no Largo da Lapa; possui diversas alegorias e quatro figuras que representam a Música, a Arte, a Poesia e a Ciência. Deste ponto, tem-se uma belíssima visão de todo o Jardim e de toda a aléia de palmeiras. A elegância e a majestade dessa árvore impressionam a todos, seu estipe cilíndrico e quase liso tem ramagem somente no topo; suas folhas são longas e recurvam-se com seu próprio peso ao sabor do vento. Passear por essas alamedas é o mesmo que fazer uma volta ao passado tranqüilo do século XIX, quando distintos cavalheiros de chapéu e damas elegantes de longos vestidos rodados e sombrinhas de renda passeavam por ali, embalados pela brisa, ouvindo o canto da passarada e lembrando, certamente, de Gonçalves Dias, que cantava, no exílio, esses versos:
PLANTAS EM DESTAQUE: Palmeira Imperial, Açai, Seringueiras, Cariotas (rabo de peixe), Cyrtostachys (palmeira de laca).
# ROSEIRAL
Área destinada ao plantio de espécimes das famílias ROSACEAE (roseiras), MELASTOMATASEA 9quaresmeiras) e MALVACEAE (hibiscos e malvas).
Os canteiros destinados ao cultivo de roseiras são revestidos por “cobertura morta”, que se constitui em uma fina camada de resíduos orgânicos de origem vegetal (grama, folhas), que protege a superfície do solo da ação direta da chuva e dos raios solares, auxilia na retenção de umidade, além de enriquecer o solo de matéria orgânica, melhorando sua textura.
O Roseiral recebeu o nome de “Pedro Cachimbo”, em homenagem a um dedicado jardineiro, antigo funcionário do Jardim Botânico e responsável em 1989, quando a coleção foi dinamizada, pela preparação e manutenção do local (pela firma Leite de Rosas como patrocinador).
PLANTAS EM DESTAQUE: Magnólia, Malvaviscos arbóreo.
# REGIÃO AMAZÔNICA – LAGO DO PESCADOR
Envolto por densa vegetação, entre trombeteiras, falsas moscadeiras e bananeiras de jardim, há um grande lago, onde se destaca uma pequena ilha com uma cabana, típica da região homenageada, construída toda em sapê; a seu lado, junto à margem, há a estátua de um caboclo amazonense, sentado, pescando à espera que os peixes do lago mordam suas iscas, compondo um recanto muito acolhedor e singelo. Um pouco adiante, encontra-se uma belíssima árvore plantada em 1899, a "bombax Munguba Mart", cujo tronco deve alcançar cerca de 20 metros de perímetro e que está no final de seu ciclo vital.
Retornando à trilha, segui-la mantendo a esquerda, até encontrar novamente a Aléia Karl Glasl, que se deve seguir até o final.
A Aléia Karl Glasl é totalmente plantada de ambos os lados, com andirobas, também conhecidas como caropa, árvore natural da região amazônica. Suas flores são pequenas, amarelas ou vermelhas, e sua madeira é utilizada em marcenaria e carpintaria; de suas sementes é extraído o azeite-de-andiroba, empregado na medicina popular como purgante.
À direita, atrás dessas árvores, há canteiros plantados com uma espécie de lírio chamados borboleta, originário da Índia, que floresce nas cores amarela branca, rosa e vermelha.
Ao final dessa aléia, encontra-se a estátua da Ninfa Echo, que foi a primeira fundida no Brasil, em 1873, de autoria de Mestre Valentim da Fonseca Silva, e cuja particularidade maior é a de ter sido feita em chumbo, material pouco empregado na época para fins artísticos. Essa estátua, assim como a do Caçador Narciso é proveniente do Chafariz das Marrecas. A beleza e a sensualidade transmitidas pelas formas da imagem, em tamanho natural, correspondem bem a essa figura mitológica grega, as ninfas eram as divindades fabulosas dos rios, dos montes e dos bosques, que despertavam a paixão dos homens a um simples olhar.
A partir do local onde se encontra essa estátua, é possível identificar três aléias que para ali convergem: uma central, a Aléia Karl Glasl, que foi seguida; uma à esquerda, a Aléia Campos Porto, ladeada por enormes paus-mulatos ou paus-marfim, árvores amazônicas de porte elegantíssimo, com tronco totalmente liso e longo, somente se ramificando quase no topo, cuja casca é de início verde, mas vai escurecendo durante o ano, até atingir uma tonalidade de bronze escuro, quando então se rompe e revela uma nova casca, outra vez, verde; é originária do Amazonas e sua madeira é usada em marcenaria, onde é conhecida como "pau-marfim"; a Terceira, Aléia Frei Leandro, à direita, é composta por Cravos-da-Índia, árvores de médio porte, originárias das Ilhas Mollucas. Seguindo a Aléia Frei Leandro encontra-se logo à direita uma estufa.
PLANTAS EM DESTAQUE: Cacau, Spatifilium (Lírio da paz), Salvias,
# PORTAL DA REAL ACADEMIA DE BELAS ARTES
Projetado por Grandjean de Montigny, arquiteto francês, membro da missão artística francesa de 1816, para a antiga Real Academia de Belas Artes, foi transferido para o Jardim Botânico por ocasião da demolição do prédio para obras de ampliação da atual Avenida Passos, próximo de onde se encontrava. É uma belíssima construção, com portada em arco pleno, ladeada por sólidas pilastras, tendo, na parte superior, seis colunas jônicas ladeadas por guarda-corpo guarnecido com balaústres de bronze. Em torno do vão central e no frontão, baixos-relevos de terracota, obras de Zeferino Ferrez, representam figuras mitológicas.
Retornando pela Aléia Barbosa Rodrigues, tem-se uma das mais belas vistas do jardim, pois essa aléa é plantada com gigantescas palmeiras imperiais, cujas copas se unem, formando um alto dossel totalmente verde. Segui-la até a primeira trilha, que costeia o Rio dos Macacos, tomando-se à. Direita, até a Aléia Alexandre Ferreira, onde, logo à direita, encontra-se uma grande portada.
# MEMORIAL MESTRE VALENTIM
Área destinada ao abrigo das esculturas da ninfa Eco, do caçador Narciso e das duas Aves Pernaltas de Mestre Valentim (Valentim de Fonseca e Silva, c.1745-1813), aberta em 21 de setembro de 1997, após restauração das estátuas e reconstrução do local, anteriormente denominado Estufa das Violetas.
No século XVIII, em 1783, o escultor brasileiro criou as esculturas Eco e narciso, primeiras em metal fundidas no Brasil, para serem eternizadas no Chafariz das Marrecas, diante do Passeio Público. Com a demolição do Chafariz, em 1896, elas foram recolhidas ao Jardim Botânico pelo seu então diretor João Barbosa Rodrigues e aqui permaneceram expostas, porém afastadas uma da outra.
As Aves pernaltas pertenceram a um grupo de garças, e um coqueiro, este desaparecido, que compunha o conjunto escultórico da Fonte dos Amores, também no Passeio Publico.
PLANTAS EM DESTAQUE: Datura, Cravos, Hibiscus squizopetalus.
# CHAFARIZ DAS MUSAS
O Chafariz Central é uma construção de ferro fundido, de origem inglesa, com duas bacias, onde no centro da maior surgem quatro figuras femininas que representam a música, a poesia, a ciência e a arte. Estava na Lapa desde 1895, e foi colocado no Jardim em 1905, trazido por Barbosa Rodrigues, feito pelo escultor inglês Herbert W. Hogg. O Chafariz foi restaurado em 2007 com o paqtrocinio de Telecom.
Entre o Chafariz e o Lago, podem se ver sempre com flor os arbustos conhecidos como “bastões do imperador” ou “flor da redenção”, assim chamados por terem sido oferecidos a Princesa Isabel, após a assinatura da Lei Áurea (Os nomes verdadeiros são Nicolaia ou Etlingera, planta da família do Gengibre, talvez, umas das flores mais belas do Jardim).
PLANTAS EM DESTAQUE: Bastão do Imperador, Sumaúma, Oitis, Manacá, Plumbago (Bela Emilia).
# LAGO DA VITÓRIA RÉGIA
Foi construído por Frei Leandro do Sacramento, primeiro diretor botânico do Jardim, contratado por D. Pedro I. Sua denominação oficial é a de seu criador, mas devido à grande quantidade de vitórias-régias em suas águas, passou a ser conhecido como Lago da Vitória-Régia. Essa grande erva aquática, presa ao fundo por um rizoma, que serve de alimento para os peixes, tem folhas peculiares, de bordos levantados como tabuleiros, redondas, podendo atingir cerca de 1,8 metro de diâmetro, e cujas flores, as maiores da América, com cerca de 30 centímetros de diâmetro, têm muitas pétalas brancas ou rosadas, quês só se abrem a noite.
Junto à margem, dentro do lago, há uma belíssima estátua de Tethys, esculpida em bronze por Savageau, em 1862.
Contornando o lago pelo lado esquerdo, seguir até a Aléia J.J. Pizzaro, onde se toma a esquerda, até encontrar a estufa de plantas insetívoras.
PLANTAS EM DESTAQUE: Lírio do Amazonas, Ninfeas, Ravenalas (árvore do viajante), cedro americano.
# RECANTO FREI LEANDRO – frente ao Lago.
Ao assumir o Real Jardim Botânico, em 1824, Frei Leandro do Sacramento executou uma série de melhorias no aspecto paisagístico do Jardim. Uma de suas obras foi a construção de um cômoro, com a terra retirada do fundo do lago próximo, que leva seu nome. No alto, edificou um cômoro composta de quatro pilastras de pedra, vazadas, dispostas em forma de um quadrado, com cobertura também em pedra. No centro dessa construção foi colocado, tempos depois, seu busto esculpido por Ribeiro da Costa, em homenagem ao 60º aniversário da morte daquele sábio.
No alto do cômoro há uma bela mesa de granito, a Mesa do Imperador, Onde D. Pedro I e D. Pedro II faziam suas refeições leves, quando dos passeios ao Jardim.
Junto a esse recanto, há uma jaqueira, à sombra da qual se sentava Frei Leandro, enquanto comandava as obras de construção do lago e do cômoro. Passados mais de 150 anos, a velha jaqueira ainda frutifica. Originária da Ásia, essa árvore é capaz de produzir até 100 frutos por ano, cada um pesando entre cinco e dez quilos. Além dos frutos, também suas sementes, de grande valor alimentício, são comestíveis quando assadas. Sua madeira amarelada é utilizada na construção civil.
PLANTAS EM DESTAQUE: Corozo, Resedá, Mussandrea, Orquídea Bambu, Agaves.
# ESTUFA DE PLANTAS INSETÍVORAS
Das janelas da estufa é possível avistar esses vegetais. As primeiras mudas chegaram ao Jardim em 1935, sendo instaladas ali um ano mais tarde. Também chamadas carnívoras, essas plantas capturam e se alimentam de insetos, através de sucos secretados por glândulas especiais, embora não dependam exclusivamente de insetos para sua alimentação, pois, como os outros vegetais, produzem seu próprio alimento.
Existem cerca de 450 espécies dessas plantas que preferem locais úmidos e terrenos pantanosos, apesar de serem encontradas em todos os continentes e de se adaptarem aos mais diversos climas. No entanto, quando criadas em cativeiro, requerem cuidados especiais e raramente florescem. Uma das espécies que mais chama a atenção, por seu tamanho e aspecto, é a "nepenthes", originária de Madagascar, Índia, Austrália e Sudeste Asiático: suas folhas, que podem atingir até 50 centímetros de comprimento, têm a forma de um tubo, provido na parte interna de pêlos inclinados para baixo, que impedem a saída do inseto, atraído pelo odor adocicado que exala.
Outro exemplar que merece destaque é a "dionea", popularmente conhecida como papa-moscas, encontrada nos Estados Unidos e no México, suas folhas têm uma divisão no ? e, quando adultas o lado interno torna-se avermelhado. Ao mais leve toque do inseto, suas folhas se fecham, aprisionando-o em seu interior. À esquerda da estufa, encontra-se a Aléa Freire Alemão, ornada de ambos os lados com bambus provenientes da Conchinchina, sendo que os primeiros foram plantados em 1870. É um dos locais mais apreciados, devido à sombra dessa gramínea, que atingem grande altura e cujas folhas se entrelaçam no alto, formando uma cobertura agradável e que executa um balé suave, ao som da música de suas folhas tocadas pelo vento.
Retornando pela Aléia J.J. Pizzaro, margeia-se novamente o Lago da Vitória-Régia, onde há um exemplar da "árvore do viajante", originária da Malásia e que se assemelha a uma bananeira, tendo no interior de seu tronco água potável.
# CASA DOS PILÕES
Constitui uma das unidades de produção da Real Fabrica de Pólvora da Lagoa Rodrigo de Freitas criada por D. João VI em 1808, logo após a chegada da Corte portuguesa ao Rio de Janeiro. Desempenhou um papel de vital importância para a segurança dos domínios portugueses e, após 1822, do Império do Brasil, já que era responsável pela produção do explosivo que abastecia o mercado brasileiro.
A Fábrica se desativou em 1831, a Oficina do Moinho dos Pilões foi transformada em residência particular. Desde 1959 com a incorporação ao jardim Botânico, até 1982 com sua interdição, sofreu várias reformas e teve diversas utilizações entre as quais a de depósito de máquinas agrícolas, depósito de sementes, residência e laboratório do Dr. João Geraldo Kuhlmann e Museu Botânico Kuhlmann.
A restauração teve início em 1984. A casa encontrava-se compartimentada em pequenos cômodos. Foi criado o “Museu-Sítio Arqueológico Casa dos Pilões”, estabelecendo, como objetivo, a retomada do espaço da antiga oficina
PLANTAS EM DESTAQUE: Alpinia, Helicônias (bananeirinha do mato).
# JARDIM DOS BEIJA-FLORES
Inaugurado em 2007 com o patrocino de Gás Natural e a CEG, firma que também cuida há anos do Caminho da Mata Atlântica e o Aqueduto da Levada (cantos algo escondidos e pouco visitados).
Existem aproximadamente 320 espécies de beija-flores, que são encontradas exclusivamente nas Américas, particularmente na América do Sul.
O metabolismo dos beija-flores é muito elevado, e isso leva à necessidade de consumo de grandes quantidades de alimento, que tem como base o néctar das flores.
Apenas parte das flores encontradas nas florestas é visitada pelos beija-flores. Elas são chamadas de ornitófilas, em geral, são grandes, vistosas, com coloração avermelhada e não emitem odor
PLANTAS EM DESTAQUE: Bromélias
# ORQUIDÁRIO
Durante a administração do Dr. Barbosa Rodriques, que teve início em 1890, foi construída a primeira estufa do JBRJ. Já em formato octogonal mas em madeira, abrigava nesta época as 'Plantas de Salão', estando a recém formada coleção de orquídeas em estufa anexa. Na década de 30, a grande estufa foi refeita em estrutura de ferro e vidro, cópia das estufas inglesas. O Orquidário passou então a compreender a estufa e a área anexa. Na década de 50 foi construído o Ripado, que hoje acolhe os 3000 exemplares de cerca de 600 espécies diferentes que compõem a coleção. A maioria das plantas da coleção de Orchidaceae é composta de espécies brasileiras mas temos também espécies exóticas e híbridos.
No orquidário encontram-se as mais variadas espécies de orquídeas, flores que dispensam apresentação, pela sua beleza exótica, que têm uma organização botânica bastante incomum, pois suas cápsulas encerram uma multidão de sementes, que germinam em associação a certos fungos, necessários ao crescimento da planta. O resultado é admirado por todos, que se encantam por seu perfume, seu formato delicado, sua beleza. Poucas são conhecidas por nomes populares, como a sapinho-de-vênus, originária de Pernambuco; mas há exemplares de todas as partes do país e de vários outros locais. Dentre as mais de mil variedades presentes, incluindo as híbridas, destacam-se: a "laelia pumida", de forte tonalidade lilás, que impressiona por sua beleza e é originária do Espírito Santo, Minas Gerais e Rio de Janeiro; a "oncidium papilo", natural da América Central, que com sua flor soberba, listrada de amarelo e laranja, chegando a atingir 15 centímetros de altura, é uma das espécies que mais desperta atenção; e a "miltoniopsis", colombiana, que possui flores vermelho-sangue, tornando-se rajadas de vermelho e amarelo vivo próximo a seu centro. Há anos que tem o patrocínio de ANTONIO BERNARDO joalheiros.
PLANTAS EM DESTAQUE: Alpinia, Sanseviera, Heliônias, Orquídeas (Vainilha), Chifre de Veado.
# BROMELÁRIO
O Bromelário compreende cerca de 10.000 exemplares distribuídos uma grande estufa e em canteiros. A primeira estufa foi inaugurada no início de 1996, exibindo exemplares das coleções do Jardim Botânico e do Sítio Roberto Burle Marx, além de doações feitas por particulares, ou de exemplares obtidos no desenvolvimento de projetos científicos. As mesmas plantas acham-se hoje na atual estufa. Nesta podem ser apreciadas espécies de diversas formações - Amazônia, Floresta Atlântica, restingas, caatingas, assim como exemplares da América do Sul e Central. Também contém a coleção científica de Bromeliaceae da Mata Atlântica brasileira, com cerca de 3000 amostras, destinadas à pesquisa científica e à conservação
Foi totalmente reconstruído com patrocínio de AMIL em 2007.
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# ALÉA GUILHERME GUINLE - Jambeiros
É totalmente plantada de jambeiros, originários da Índia, que se adaptaram facilmente ao Brasil. São árvores altas, de folhas amplas, brilhantes e alongadas; suas flores vermelhas são muito vistosas; seu fruto, o jambo, é grande, tem casca arroxeada, escura, polpa carnuda e muito saborosa.
Nessa aléa encontra-se logo à direita, a estátua de Xochipili, divindade azteca, deus das flores, mas também da música, da dança, do amor, da fertilidade, da voluptuosidade, do pecado e do prazer. A estátua, reprodução da original foi inaugurada em 1935 e oferecida ao Brasil pelo governo do México.
# REGIÃO DA RESTINGA
À direita, é formada por um lago, com a vegetação típica de restinga, onde despontam flores de beleza suave e delicada. Foi colocado no lugar uma escultura do Orixá OSSANA, (Ou Ossain, orixá das florestas), realizado pelo baiano Tati moreno, o mesmo que fez os Orixás do Dique do Tororó na Bahia.
PLANTAS EM DESTAQUE: Pitanguieras.
CONJUNTO DA FÁBRICA DE PÓLVORA
Entrada ao Play-ground
A Fábrica de Pólvora, que fora instalada ali em 1808, sofreu uma grande explosão em 1831, destruindo-a quase por completo, salvando-se apenas as quatro paredes e o portão. Com a transferência da Fábrica para a Serra da Estrela, próxima a Petrópolis, o que restou foi aproveitado por uma indústria de chapéus-chile, utilizando como matéria prima, a bombonassa, muito abundante no local.
Seu majestoso portão, ainda em razoável estado de conservação, possui o vão em arco abatido, ladeado por duas colunas toscanas encimadas por decorações de motivos bélicos: morteiro, barril de pólvora e balas. Completando o conjunto, um frontão trabalhado destaca o desenho da coroa real.
Logo que se transpõe esse portão à frente, encontra-se um pequeno lago artificial, onde há uma estátua em bronze, intitulada "Mulher com cornucópia", objeto que verte água para o lago. A figura feminina, muito delicada, está sentada com um dos pés prestes a tocar a superfície da água.
A seguir, à direita, avistam-se as ruínas do muro da Fábrica de Pólvora, todo em pedra aparente. No final do muro, há um pequeno parque infantil, restaurado em 2007.
Retornando à trilha costeira ao rio, segui-la por entre canteiros de coloridos rabos-de-tucano à esquerda, e, papos-de-peru à direita, indo até o final, onde se toma a Aléia Frei Veloso. Logo à direita há uma bifurcação, onde se segue pela Aléia Pio Correa, que conduz a dois locais.
"MINHA TERRA TEM PALMEIRAS
ONDE CANTA O SABIÁ
AS AVES QUE AQUI GORJEIAM
NÃO GORJEIAM COMO LÁ"
Fonte inicial: Michelin, Editora CBP Michelin-1990.
Outras Fontes: Material de folhetos e publicações do Jardim Botânico.
GERARDO MILLONE
Revisto em FEV-2015
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