O JARDIM DO NÊGO


Em maio deste ano, a reportagem de A VOZ DA SERRA visitou o Jardim do Nêgo e acompanhou de perto a reconstrução das esculturas que foram destruídas na tragédia de 2011.

Agora a fotógrafa Regina Lo Bianco esteve no local e conferiu o trabalho de Geraldo Simplício, o Nêgo, em fase final.

O Jardim do Nêgo é um verdadeiro ateliê a céu aberto que conta com 30 mil metros quadrados de muito verde, fauna e flora preservadas, além de 14 esculturas gigantes.

A primeira escultura foi criada em 1981, uma mulher que chamava a atenção pela riqueza detalhes.

Depois de esculpida em barro vivo, a obra recebe uma lama preta e após abafá-la com plástico, começa a surgir o musgo.



A principal escultura que está sendo reconstruída é o “Presépio de Jesus”, que ficou pronta em 1993, após anos de trabalho. Quase pronta, a escultura ganhou uma novidade: a figura de uma pastora gigante, imponente e cheia de beleza.



“Depois que eu concluir a escultura, pretendo revitalizar o calçamento. Acredito que até o final do ano esteja tudo pronto”, contou Nego que, aos 69 anos, garante que a sua arte não é um trabalho, e sim, um prazer.


O Jardim do Nêgo fica na RJ-130 (Estrada Nova Friburgo-Teresópolis) em Campo do Coelho, km 55.
A entrada custa R$ 15 e o local fica aberto todos os dias da semana.
Mais informações pelo telefone (22) 2543-2253.


ADENDO:

O cearense Geraldo Simplício mora em Nova Friburgo desde 1969.
Numa manhã de 1981, caminhando num recanto do seu sítio, localizado na estrada que liga Friburgo à Teresópolis, olhou para um barranco de terra e viu a forma de uma mulher.
Desta inspiração nasceu a sua musa, e, também, sua primeira obra.

Nascido em 1945, Nêgo já teve suas obras exibidas no Museu Nacional de Belas Artes, no Rio, e na Feira de Artes de Friburgo.
Muitas de suas peças foram adquiridas por alemães e algumas estão expostas no Museu de Stuttgart, na Alemanha.

O escultor estreou no mundo das artes em 1966, com uma exposição no município cearense de Crato.
À época, suas esculturas eram feitas em madeira e o trabalho teve mostras nas cidades de Fortaleza e Recife (PE).
Neste período, conheceu no Rio de Janeiro a crítica de arte Cecília Falk, que incentivou Nêgo na trajetória artística e em sua mudança para Nova Friburgo.

O mestre cearense nunca chegou a frequentar a escola. Nêgo diz ter uma “cultura auditiva”; é capaz de citar os cientistas Galileu e Stephen Hawking, e o escritor Franz Kafka em apenas uma conversa.

Bom de papo, brinca que faz as esculturas apenas para atrair as pessoas e prosear. “Não quero nada além desse jardim. Ele é minha loteria”, resume o artista.



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