Quilombo dos Palmares
Características Gerais
Quilombo com maior atuação reivindicativa em toda a época colonial do país. Situada na capitania de Pernambuco, de modo preciso na serra da Barrica, local que na atualidade pertence à zona municipal União dos Palmares, em Alagoas.
Zumbi dos Palmares
O auge do quilombo aconteceu por volta da segunda metade do século XVII, período emblemático em que as guerras contra capitães do mato estavam intensas. A resistência durou de modo oficial por mais de um ano. Acabou virando espécie de mito e símbolo moderno afrodescendente contra escravidão e “segregação social – discriminação racial”, como já diria a banda Ponto de Equilíbrio.
Antecedentes: Quilombo dos Palmares
O nome Palmares foi dado pelos portugueses, em razão do grande número de palmeiras encontradas na região da Serra da Barriga, ao sul da capitania de Pernambuco, hoje, estado de Alagoas. Os que lá viviam chamavam o quilombo de Angola Janga (Angola Pequena). Palmares constituiu-se como abrigo não só de negros, mas também de brancos pobres, índios e mestiços extorquidos pelo colonizador. Os quilombos, que na língua banto significam "povoação", funcionavam como núcleos habitacionais e comerciais, além de local de resistência à escravidão, já que abrigavam escravos fugidos de fazendas. No Brasil, o mais famoso deles foi Palmares.
As primeiras notas históricas sobre o movimento quilombola remota da década de 1580, quando os portugueses ainda não tinham conseguido expulsar franceses e holandeses dos limites geográficos brasileiros. Porém, os engenhos já trabalhavam a todo o vapor e junto com eles as primeiras fugas de afrodescendentes escravizados nas Capitanias da Bahia e de Pernambuco, isso tudo no período denominado União Ibérica.
No final do século XVI o quilombo ocupou área considerada vasta em cobertura de palmeiras, região que se estendeu de Santo Agostinho até o rio São Francisco. No século seguinte a território foi reduzidos para Sirinhaém e Uma (Pernambuco); São Francisco até Penedo, em Alagoas.
Apogeu dos Quilombos dos Palmares
Em plena época das invasões da Holanda em terras nacionais e por causa das intensas perturbações promovidas em cada itinerário exercido dentro dos engenhos a revolta cresceu entre os afrodescendentes, que passar a formar mocambos, considerados núcleos de povoamentos. Vale ressaltar quatro zonas: Macaco, Subupira, Tabocas e Zumbi.
Quilombo dos Palmares
Características do Quilombo dos Palmares
O Quilombo dos Palmares existiu por um período de quase cem anos, entre 1600 e 1695. No Quilombo de Palmares (o maior em extensão), viviam cerca de vinte mil habitantes.
Nos engenhos e senzalas, Palmares era parecido com a Terra Prometida, e Zumbi, era tido como eterno e imortal, e era reconhecido como um protetor leal e corajoso. Zumbi era um extraordinário e talentoso dirigente militar. Explorava com inteligência as peculiaridades da região.
No Quilombo de Palmares plantavam-se frutas, milho, mandioca, feijão, cana, legumes, batatas. A população vivia à base de agricultura, coleta de frutas, pescas e caça. Em meados do século XVII, calculavam-se cerca de onze povoados. A capital era Macaco, na Serra da Barriga.
Quase todas as mulheres praticavam artesanatos comercializados com regiões vizinhas. O crescimento aconteceu em níveis significativos ao passo dos colonos alugarem terras para plantar em troca de armas e munição à luta contra a elite dominante do nordeste brasileiro colonial.
Quanto à organização política dos Palmares as informações históricas também são escassas e duvidosas. Parte dos pensadores aponta que na região se formou autêntico Estado sob a ótica e dos reinos africanos.
Certos mocambos eram governados por oligarcas e chefes supremos. Outra doutrina aceita nos livros de história está na descentralização do poder das diferentes etnias que formavam a estrutura quilombola, ou seja, a liderança acontecia de modo natural conforme a evolução e prestígios das forças militares dos candidatos a líderes.
Não se por ignora o fato de que Ganga Zumba, filho da Princesa Aqualtune, tio de Zumbi, foram lideranças que ficaram conhecidas para a eternidade.
Porém, existem pensadores que apontam outros nomes destaques consideráveis que não ganharam o mesmo espaço na história das lutas. Vale ressaltar ainda que conjuntos de trabalhos compulsórios também aconteceram dentro dos quilombos.
Repressão Contra Quilombos dos Palmares
O governo português ficou sem inimigo real após a expulsão dos holandeses e pode se concentrar nos problemas dos Palmares. Senhores do engenho perceberam que a mão-de-obra estava ficando escassa e prejudicada de maneira direta na produção açucareira da região. Com o aumento do preço de escravos capturados na África os portugueses se concentrarem em atacar os Palmares e recapturar parte dos integrantes.
Porém, o cenário não estava favorável aos portugueses no campo interno. Com a desatenção do passado os Palmares conquistaram prosperidade e causaram receio ao próprio governo colonial que para não correr o risco de sofrer golpes resolveu atacar a região em massa. Nas cartas que a Coroa Portuguesa recebia ficava evidente que os quilombos estão mais preparados do que os próprios holandeses.
Para erradicar de modo completo o Quilombo dos Palmares o governo organizou 18 expedições que começaram o trabalho desde antes do ápice da disputa entre portugueses e holandeses na primeira metade do século XVII.
Fernão Carrilho liderou o último quartel; Capturou e oferece a Ganga Zumba um tratado de paz no ano de 1677.
De acordo com os termos a coroa oferecia liberdade aos nascidos nos quilombolas e nas terras inférteis de Cocaú.
A maioria do corpo militar afrodescendente rejeitou o acordo.
Fernão Carrilho
Sertanista conhecido por seus ataques aos quilombos, principalmente o de Palmares. Viveu por volta dos séculos XVII / XVIII, nascido provavelmente em Sergipe.
O governador de Pernambuco D. Pedro de Almeida o incumbiu de destruir o quilombo de Palmares,
o que tentou fazer de 1676 a 1678 e novamente em 1683.
Do insucesso da empreitada veio a acusação de negligência e sua posterior prisão e deportação
para o Ceará.
Novamente tentou atacar o Quilombo de Palmares em 1686, novamente sem êxito.
Foi governador interino do Pará entre 1693 e 1699 e do Maranhão entre 1701-1702.
Ascensão de Zumbi dos Palmares
De fato, nem mesmo o Quilombo dos Palmares escapou das constantes brigas entre irmãos por conta do poder.
Como não aconteceu acordo entre o poder e reprimidos, Ganga Zumba foi envenenado.
O irmão Ganga Zona assumiu a liderança – ele era aliado dos portugueses.
A população nos Palmares não ficou de braços cruzados observando a ascensão de Portugal após a dolorosa morte de Ganga Zumba. Milhares de dissidentes se estabeleceram nas regiões e retomaram o poder com a liderança de Zumbi, que virou o rei dos Palmares.
Com Zumbi no poder o movimento passa pela fase mais conhecida na história. O romantismo aumentou junto com a violência. O novo rei aboliu a estratégia de defesa e convivência passiva com o poder para atuar na forma de guerrilha, com táticas de ataques surpresas no engenho em virtude de planos que estabeleciam liberdade aos afrodescendentes. A mudança estratégica trouxe maior número de suplementos, munições e armas a serem usadas para futuros ataques.
Depois de diversas tentativas de contar o avanço de Zumbi, Caetano de Melo e Castro, governador e Capitão-general
da Capitania de Pernambuco, contratou os serviços de Domingos Jorge Velho e do Capitão-mor Bernardo de Melo
no sentido de erradicar a ameaça das revoltas e fugas que atrapalham a ordem produtiva ao império português.
Bandeirante Domingos Jorge Velho, bandeirante paulista que, com a sua tropa, gente feroz, andava a prear e
a matar os índios do Piauí.
A troco de um quinto do valor dos negros recuperados, terras e perdão para os possíveis crimes dos seus
homens, o convida para a guerra contra Palmares. O governo entrará com as armas, munições e víveres.
O acordo entre ambos é assinado em 1691. Mil homens atacaram Palmares e Zumbi e a Jovem Guarda a resistiriam
na Cerca do Macaco.
O líder Zumbi foi morto em emboscada. A cabeça cortada foi conduzida até Recife no sentido de ser mostrada em praça pública e servir como exemplo aos escravos. Com a morte dele o movimento enfraqueceu e se desfez no ano de 1710.
Escravidão no Quilombo:
Parte dos pensadores aponta que mesmo contra a escravidão os líderes quilombolas aplicava regime escravo de modo interno sob a ótica do conservadorismo africano, com diversos níveis sociais: Reis, generais e escravos.
Porém, a forma de escravizar era diferente dos portugueses. Parte das regras era acultura os escravos recém-libertos e diferenciar os que chegaram à região por próprios meios ou que chegaram via incursões de resgates.
Fonte:
Artigo Escrito por Renato Duarte Plantier
Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Amélia Hamze
Profª da FEB/CETEC
ISEB/FISO-Barretos
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